Homo sapiens sapiens?

 


Houve um tempo em que a poeira rastejava pelos nossos pés primitivos indiferente aos elos que eram estabelecidos pelos nossos ancestrais. Com o passar dos séculos a sociedade humana evoluiu e nos encapsulou em classes, etnias e gêneros. 

Os deuses perderam força para a ciência, mas não por completo, disputando ainda sua influência sobre nós de igual para igual. Com base em dogmas, superstições, promessas e chantagens, o medo se tornou uma ferramenta de manipulação. Interesses territoriais, acúmulo de riquezas e hierarquias sociais se tornaram mais importantes do que o afeto e aquele antigo elo estabelecido Eras antes pelos primeiros de nós.

Ficamos muito bons na arte da guerra. Aperfeiçoamos nossas armas e as técnicas de intimidação. Torturas físicas e psicológicas. Trevas e dor.

Mas não sem resistência.

O direito básico de amar se tornou uma ameaça para aqueles que se escondem atrás das estratégias do fanatismo político e religioso. Nos chamam de degenerados, impuros, pecadores. Mas nossa luta provou e sempre provará que estão errados. 

Conquistamos pequenas e frágeis vitórias, sempre sob o constante risco de retrocesso, mas não podemos permitir que os interesses dos poderosos ainda sejam aceitos como parâmetros de controle.

Não se pode proibir que o amor se concretize baseado no gênero das pessoas, simplesmente porque ele não está preso a nenhuma dessas classificações criadas para nos rotular.

Estamos lutando pelo direito de existir, não na clandestinidade, mas como cidadãos e cidadãs que devem ser respeitados igualitariamente por toda a sociedade.

Já vencemos as trevas antes, e vamos continuar lutando.

Mais uma vez e sempre.


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